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The Sun Green Hills

Conversas de café e outros devaneios...

greendale

domingo, fevereiro 25, 2007

Sun Green by Neil Young



Esta lente pela qual vemos a vida e o mundo é também a nossa fonte de (ins)piração!

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Até Já Amic!


Plaza de Espanya. Até hoje, foi sempre o meu ponto de chegada e de partida da capital desse lindo país que é a Catalunya. Dificilmente encontraria melhor local para iniciar uma jornada catalã, do que a recepção que me é proporcionada pela imponência do Montjuic (a fonte, até mesmo se não estiver iluminada, é fantástica). Desço a Paral-Lel até ao número cento-e-picos, para largar a trouxa, e como as horas já iam altas e o Chelsea já está fechado, o Durum (prato típico e oficial da minha Catalunya) do American Snack vai ter que servir de jantar.

Descida para as ramblas feita em passo tranquilo, são apenas alguns quarteirões de distância que valem todos os passos, através do acolhedor Raval (com paragem obrigatória na praça do Macba, a ver os skaters partir a loiça e não só). Dá-se a voltinha da praxe, deitando o olho as montras dos “paquis” repletas de jerseys do Barca (imitações, claro!), pelo meio da multidão de turistas parados a observar os artistas que dão a verdadeira vida á imensa avenida, sempre no sentido descendente, para chegarmos ao monumento com a estátua de Colombo. Para a direita, a zona industrial, para a esquerda estendem-se as praias e Barceloneta, até ao porto olímpico. Mais uma vez, uma caminhada só para duros, mas a valer todos os centímetros palmilhados. Por ali respira-se tranquilidade. E anda-se de calções em Fevereiro!

Do outro lado do espelho, lado oposto ao Raval, fica o bairro Gótico. De longe, a zona mais bonita da cidade, que por vezes dá um arzinho de Portugal, com as ruas estreitas e sinuosas. O Tio Canya – bar castiço, que é um mix entra a saudosa Capelinha e a sede do Bloco de Esquerda - estava fechado, com grande pena minha, mas nada consegue tirar brilho a esta cidade, até porque no Oviso sou sempre bem recebido. Por entre becos e vielas (e a obrigatória passagem na catedral, que ia ficando esquecida desta vez, e no Arco do Triunfo) chega-se facilmente ao Jardim da Cidadela, com aqueles relvados e bancos que convidam a ficar e ir ficando. Fiquei, sentado, a deliciar-me com tudo aquilo que o belo jardim oferece.

Por falar em espaços em que a natureza tem muito para oferecer, Parc Guell é paragem obrigatória para qualquer visitante. Tem que se trepar toda a Gracia (onde podemos encontrar o melhor restaurante “paqui” da cidade) para se atingir o objectivo, mas a vista (e que vista!) é deslumbrante, com o bónus de se poder visitar a casa-museu de Gaudi. De lá vê-se tudo, tudo mesmo, e mais uma vez, a extensa caminhada pela encosta é totalmente recompensada pelo alcançar do objectivo, bem no topo do parque. Coisa que não é, literalmente, para todos, pois a maioria dos visitantes fica-se pela varanda acima do dragão de Gaudi, logo na entrada do parque. Não sabem o que perdem…

Vou saltar a Sagrada Família, La Pedrera e a Casa Battló (isso são coisas de turista…), pois todos já viram, já sabem, já tudo, não é?!? A noite… rambla do Raval, ramblas, bairro Gótico e Raz… claro. O Raz destrói, dá 20-0 a qualquer projecto ou casa que pense ser discoteca… sem chance, tudo óptimo, desde a frequência ao som, ali é tudo nota 10! Até os preços são bem acessíveis, bem mais do que alguns tascos que costumo frequentar. Mas isto é apenas uma espécie de Greatest Hits, é obvio que não consigo explicar aquele mundo imenso em meia duzia de linhas.
Opa, mas eu estou com isto pra quê? Vão lá vocês ver, só ganham com isso!!!

Mas uma coisa não vão poder ter: a turma que me acompanhou (tou fartinho de falar sobre eles...) e os locais que me receberam, que são únicos, os mayores! A querida Patrícia e o culé Jaume são pessoas grandes, impecáveis e o enormíssimo Kata (Gianlucatoni para os amigos mais chegados) é o melhor anfitrião do mundo. Para todos eles, mas muito em especial para o Da Cunha, um grande abraço, já cheio de saudade e com a promessa de um rápido retorno.
Em breve, muito em breve, estarei de volta a Barcelona!

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

domingo, fevereiro 11, 2007

Carta a um amigo...


Caro amigo-irmão Beto:

Os anos foram passando e a vida levou-nos para lugares distantes, umas vezes estimulantes e outras inóspitos. Hoje, à distância do tempo e do espaço miro-me por dentro e revejo uma construção nossa. É como se cada bocado de experiência tivesse a tua marca. Como se a minha essência fosse resultado da tua existência também. E foi. Para ambos. E para outros que connosco estiveram e vão estando, mesmo que à distância. Já foram muitos os passos que demos lado a lado e muitas as batalhas que em conjunto enfrentámos sorrindo. Conhecemo-nos um ao outro quiçá como mais ninguém nos conhece. Somos dessas pessoas que quando se olham olhos nos olhos, vislumbram um percurso de vida e amalgamam todas as suas estórias numa só.

Foi com profundo pesar que no nosso último abraço antes de nova debandada percebi que nos veríamos apenas dentro de um ano. Engoli secamente essa dura realidade de que apenas retomaríamos velhos hábitos de caminhada quando ambos voltássemos à base.

Mas foi com uma ainda mais profunda alegria que soube que nos veríamos já no Verão e que eu estaria a teu lado como mais ninguém nesse momento tão importante da tua - nossa - vida.

Não sei como será o nosso futuro de saltimbancos, mas espero que os nossos passeios por essas ruas da vida sejam como uma "stairway to heaven". Tudo para que no fim possamos dizer "ainda bem que voltaste".

Um até sempre cheio de até já.

Is there life on Mars

Miramos contemplativos pela janela e quiçá acendemos um cigarro. Se na cidade o alheamento ao frenesim que nos envolve permite-nos libertar o espírito até muitas outras paragens, quando estamos no campo conjugamos o seu silêncio com a vibrante inquietude da nossa alma. Aí surgem as letras escritas num qualquer papel.

Se sozinhos estamos a caneta cria formas à velocidade do tempo. E se por outro lado desfrutamos da comunhão de (alg)uma companhia, então soltamos palavras ao sabor do vento.

Independentemente dos conteúdos, a lógica do sistema rege-se sempre pelo mesmo algoritmo: a expressão de ideias e crenças, a transmissão de informação ou o mero prazer da escrita. E nesta realidade não têm lugar as obrigações e muito menos os ponteiros de um relógio. Apenas cabe o desfrute de cada momento, gerido consoante o estado de alma em que estamos quando abrimos o coração. E a mente.

Nesta(s) linha(s) nasce e vive o “Green Dale”. Um espaço de abertura relativamente a temas e a “timing’s”, onde cada um dos que lhe dão corpo – e todos os outros! – pode partilhar o que quiser quando quiser.

Apesar da pouca produção recente, temos sopro de vida!