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The Sun Green Hills

Conversas de café e outros devaneios...

greendale

segunda-feira, março 13, 2006

Metamorfoses


Acordar com o sol a invadir o nosso quarto é tão saudável quanto um cigarro após um café expresso, ou umas cervejas numa tarde de Verão.
O tempo mudou. A temperatura subiu da noite para o dia mais que o normal. O cheiro do mundo é diferente assim como as suas formas (pelo menos aos meus olhos). Os problemas que nos apoquentavam foram dizimados pela força rejuvenescedora do astro-rei. A Primavera veio anunciar a sua vinda lá convencendo o sol para que a acompanhasse no seu regresso sempre triunfal e os dois em pleno namoro, de mãos dadas, passeiam-se em nós. Olho-me ao espelho e vejo-os no meu sorriso espontâneo. Ela vem vestida de verdes plantas com flores de mil cores e ele de amarelo translúcido, uma luz que o Inverno, talvez por ciúmes, guarda constantemente atrás das nuvens... talvez esteja a ser injusto pois, a luz de Inverno encerra em si uma beleza extrema. Devo ter dito isto por já estar um pouco enjoado com tal quadro agradável. Desculpa-me, Inverno belo! Agora quero ter saudades tuas, e sei que as vou ter. Mas por enquanto dá-me um tempo de privação com a Primavera... quero tê-la por todo o meu tronco, em todos os ramos, em cada folha e ser eu ela e ela a Humanidade e as ruas da minha cidade.

2 Comments:

Blogger Edson Arantes do Nascimento said...

Tal com prometido.

mensageiro - mgomes_rodrigues@hotmail.com

Abraços,

Gomes

12:49 da tarde  
Blogger Kata said...

Em primeiro lugar subscrevo as palavras de Alberto Caeiro no seu poema "Quando está frio":

__________________

Quando está frio no tempo do frio, para mim é como se estivesse agradável,
Porque para o meu ser adequado à existência das cousas
O natural é o agradável só por ser natural.

Aceito as dificuldades da vida porque são o destino,
Como aceito o frio excessivo no alto do Inverno —
Calmamente, sem me queixar, como quem meramente aceita,
E encontra uma alegria no fato de aceitar —
No fato sublimemente científico e difícil de aceitar o natural inevitável.

Que são para mim as doenças que tenho e o mal que me acontece
Senão o Inverno da minha pessoa e da minha vida?
O Inverno irregular, cujas leis de aparecimento desconheço,
Mas que existe para mim em virtude da mesma fatalidade sublime,
Da mesma inevitável exterioridade a mim,
Que o calor da terra no alto do Verão
E o frio da terra no cimo do Inverno.

Aceito por personalidade.
Nasci sujeito como os outros a erros e a defeitos,
Mas nunca ao erro de querer compreender demais,
Nunca ao erro de querer compreender só corri a inteligência,
Nunca ao defeito de exigir do Mundo
Que fosse qualquer cousa que não fosse o Mundo.
___________________

O mesmo se aplica a quando está calor, ou assim-assim...

Mas também não sou hipócrita ao ponto de dizer que as primeiras chuvadas têm em mim o mesmo efeito dos primeiros raios de sol. Não têm de facto. O cambio inverno-verão é bastante mais retemporador do que o inverso e essa predisposição que nos surge para a felicidade não é dependente de nós próprios senão da meteorologia que nos envolve.

Mas claro, também gosto do Inverno e, especialmente, do Outono. Ambos se complementam entre si tão bem como os estados de espírito que se nos despoletam ao longo de um mesmo ano.

Como o mundo não é só sol nem chuva, nós também não somos só alegria e sorrisos. O desafio está em ser feliz, mesmo que sem sorrir, por entre a nébula, qual "singing in the rain..."

Um post por si só retemporador tal a frescura que de si emana.

Una fort abraçada

6:25 da tarde  

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