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The Sun Green Hills

Conversas de café e outros devaneios...

greendale

sexta-feira, abril 28, 2006

A morada de uma casa


Veio o anoitecer trazer as tonalidades mais escuras do azul ao mar, ao céu, às ilhas, e às diferentes espessuras da bruma que as cobre meiga.
O barco, mareando à mesmíssima velocidade a que a noite cai vai passando incógnito, sereno por entre todos esses azuis que cobrem o que existe- e também eu, ao longe, estou vestido de azul. Consoante a distância se ergue o meu, agora, fato muda como muda o tamanho das ancoradas jangadas de pedra.
Depois, embora sabendo que tudo continua igual e genuíno, tudo desaparece, tudo engolido pela noite que impera e pela distância que continuou a crescer, mas lentamente. E assim quase já não me recordo de como era esse azul, por tudo ter desaparecido e se transformado lentamente em negro, mas um negro profundo- que em mim se foram também transformando as memórias por onde vagueavam os tais azuis.
Agora lembro-me de lhe chamar azul e das suas sensações provocadas em mim mas vejo-o negro, esse negro onde nada habita senão a profundidade sem fim.
Navega o barco nesse infinito mundo e eu desapareço com ele rasgando a negrura feita em mar, existindo sempre, todavia, oculto e sem morada nesse mapa onde todo o tamanho é uma só casa.

(Obrigado pela foto, zoy) Costa do Adriático grego.

2 Comments:

Blogger Edson Arantes do Nascimento said...

Ah ganda Chico pá. Grandes voltas por esta nossa terrinha chamada Mundo.

Boa foto.

11:01 da manhã  
Blogger Rhodes said...

Grande Xicote!

Folgo pelo seu regresso, conto contigo para Sábado(bola as 6h na Achada e jantarada as 20.30h no Lebre).

Temos que voltar aos ensaios, como sabes, eu e o Sousix fartamo-nos de trabalhar... ;-)

Grande Abraço

1:40 da tarde  

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