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The Sun Green Hills

Conversas de café e outros devaneios...

greendale

terça-feira, junho 20, 2006

Pedras e pianos


Quando a areia se enrola com as ondas do mar, e o céu é cinza e chora, miramos o pélago distante, as cores dos reflexos, e o imenso espaço que as acolhe. Ouve-se o vento e o mar murmurando às roupas e às curvas de nossas faces.
Na aragem fresca desse fim de tarde passeiam-se os sons do burburinho das folhas verdes de uma primavera já velhinha e caminha-se em passos lentos ao alto dos montes, onde as pedras são confortáveis sofás e as árvores contadoras de histórias de mundos simples.
Contam-se os passos, atravessam-se espaços nossos e os caminhos de terra são castanhos de um deslumbramento só, onde se perdem os olhares no percurso da perspectiva e se lançam outros na continuidade do horizonte. Depois revelam-se os vales dando-se suavemente aos montes na plena e natural simbiose das encostas, e o belo manifesta-se também em nós, em melodias que nos povoam claras como a água das minas que brota simplesmente. E o banquete de cores e odores é-nos servido. Descemos ao vale, corremos a várzea, e olhamos mais uma vez a encosta, percorremo-la com a alma e ao chegar ao cume prendemo-nos suspensos por momentos na sua altitude antes de voltar as costas ao gesto setentrional e regressar a casa amando tudo o que nos foi dito e nada mais. Nada mais.

sábado, junho 10, 2006

NUNCA É DEMAIS REFORÇAR

Por ocasião do aniversário do irmão Francisco, aqui vai o post número 50 deste blog:


Ser viajante é escutar a música, o vento, o silêncio das estrelas e a essência humana dos lugares, assim como das cidades…
É o constante desfrute dos cheiros e olhares, o contemplar das sombras e esplendores, o saborear das calçadas e dos passos que as preenchem…

Ser viajante é ter já percorrido cada estado da nossa alma e, com eles, o encanto de viver…
É já ter enfrentado – e vencido – os maiores dos temores, que então se tornaram armaduras…

Ser viajante é saber que somos nós o movimento e que o mundo não é mais do que aquilo que lutamos por ver….
É já ter palmilhado milhares de sentimentos, quais cicatrizes de doces feridas que desejaremos para sempre rever…



Assim, juntos, temos saboreado cada uma das jornadas que temos desafiado e que completam, mais ainda, a maior mas mais simples de todas elas, a qual completa hoje mais um ciclo rumo à (e)terna sabedoria!


OBRIGADO XIQUITO! Uma vez mais...

sexta-feira, junho 02, 2006

AS DOENÇAS DE CARÁCTER

Tenho andado constipado e sempre a dizer que estou a "choca-la". Isto já há umas semanas... No entanto, não sei porquê, a minha condição pré-enfermidade nunca se desenvolveu mais do que já está. Talvez eu seja rijo como os antigos.

No entanto, a respeito da necessidade de uma eventual ida ao Hospital - Centro Turístico este que orgulhosamente nunca frequento - dei por mim a pensar no que é isso de estar doente. E concluí que esta temática também está deficientemente construída, tal como tantas outras coisas que encontramos neste paradoxo mundo. E porquê? Porque tão somente as únicas situações que nos levam ao Hospital são aquelas que nos incidem sobre o CORPO (psique incluída). Não seria justo que um acesso de estupidez fosse galhardoado com uma brutal febre com direito a picadas em todo o corpo e no mínimo um internamento de uma semana, ou melhor, até a cura ser encontrada? Com certeza haveria muita gente cretina que deambula pelas ruas da nossa "polis" que teria "quarto reservado" num qualquer Hospital do Carácter perto de nós.