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The Sun Green Hills

Conversas de café e outros devaneios...

greendale

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Saudade

Nestes últimos anos têm sido muitas as casas onde tenho vivido e muitas as caras com que me tenho cruzado e que vou deixando para trás. O facto de ter vivido e continuar vivendo em tantos sítios diferentes traz, para além dos inegáveis interesses e estímulos que o mundo "saltimbanco" oferece, alguns sentimentos de perda e vazio. São várias as pessoas por esse mundo fora - e por esse mundo dentro também - que gostaría de ter ao meu lado. Mas que não estão. Pelo menos sempre...

Aproveito as palavras escritas por esse irmão e grande amigo chamado Manu (http://enviadosespeciales.bitacoras.com/), para expressar esses sentimentos com que (con)vivo. São sentimentos muito antagónicos. São muito doces, mas sem deixarem de ser amargos.

O Manu é outro incurável viajante com quem tenho o privilégio de privar de vez em quando. As suas palavras, pela profunda e natural sensibilidade que o acompanha são também minhas.

"Estos son mis primeros pasitos en esta bitacora. internet me impone respecto (estar expuesto ante tanta gente) y estoy nervioso, pero aun asi el empezarla hoy me hace sentir muy bien. la idea me estuvo rondando la cabeza durante mucho tiempo: meter escritos y fotos en una pagina y dedicarla a toda la gente a la que quiero, de alguna manera sentirme más ligado a todos mientras estaba lejos, aunque esto de lejos es relativo, ya que a menudo conocemos a gente que no podemos ver todo lo que nos gustaria, por cualquier motivo, un dia hablando con una amiga le explicaba como me siento cuando por alguna circunstancia te separas de las personas. no todas las situaciones son iguales pero a veces me gusta pensar que cuando ocurre, el tiempo de ese vinculo se para, para volver a correr cuando te vuelves a encontrar, aunque la vida de todos nosotros siga... le decia en broma que a veces siento como se tuviera enviados especiales esparcidos por muchos lugares, que aunque no vea a menudo siento cerca y constituyen una de las cosas de las que mas desfruto cuando las oportunidades de reunirse de nuevo aparecen."

segunda-feira, dezembro 26, 2005

BARAKA

Baraka is an ancient Sufi word, which can be translated as "a blessing, or as the breath, or essence of life from which the evolutionary process unfolds."

Por isso, o filme Baraka é mais do que uma mera película!

É um documentário soberbo...
É acompanhado de uma banda sonora inigualavel...
Demonstra a Humanidade e a Terra nos seus extremos mais radicais...
Desvendando a controversa relação entre estes!
Por tudo, proporciona uma reflexão sem paralelo...

É impossível não o ver vezes sem conta!
E desfrutar cada vez mais...

quarta-feira, dezembro 21, 2005



... mas para criar o quê?

Quando em amena cavaqueira com dois amicíssimos meus abordámos o conceito de liberdade, ainda que de raspão, a controvérsia surgiu. No caso concreto a esgrima argumentativa pisava os extremos do solo político. Se por um lado eu defendia a não conivência para com os partidos de extrema direita, por outro lado os meus dois amigos confrontavam-me com um olhar sobre a esquerda do canto e seus dois partidos mais notados (bloco e pc). Aí reparei na minha incoerência. Mas, como defendo, por vezes, a necessidade desta, vi-me obrigado a olha-la de vários ângulos de forma minuciosa para chegar à seguinte questão: Pode a liberdade acolher na sua essência elementos que a coloquem em risco? Na minha simples opinião, julgo não ser responsável deixar que ameaças à liberdade, como o são os extremos políticos e as suas políticas radicais, atentem desenfreadas ao seu conceito. Já morreram e continuam a morrer demasiadas pessoas por se pensar que a liberdade não tem regras. É tempo de aprendermos a conviver com os limites que o respeito pela humanidade nos impõe. E esse respeito não é ser condescendente com xenofobia ou racismo, nem com a convivência com tais ideologias. É nosso dever defender uma liberdade que livre os cidadãos de agressões físicas ou psicológicas. Todos, sem excepção.

A minha incoerência, desta vez, foi uma falha na precisão do meu raciocínio. O desafio é rever as bases do nosso senso sem que seja necessário coloca-los em exercício.

Liberdade para criar. Mas para criar o quê? Fica a resposta ao vosso cuidado.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Carta desde Barcelona
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Todos nós já passámos pela experiência de jogar simcity. Não as versões actuais, mas sim aquelas mais clássicas, quadradas... Barcelona é assim. Uma cidade em que a maioria das ruas vão de extremo a extremo. Uma cidade em que a área urbana se acotovela confortavelmente por entre duas montanhas, (bom, uma é uma montanha - Montjuic - a outra parece-se mais com uma cadeia - Tibidabo), enquanto que pelo lado livre se esgueira docemente sobre o Mediterrâneo. Da arquitectura é melhor nem escrever muito... uma perdição!

As ruas são também largas, com árvores e estão sempre cheias de pessoas. Sim, as pessoas andam na rua! Em todas as ruas! Parece incrível mas é verdade. Pessoas com boa pinta, com garra de viver, pois em cada dia, ou melhor, em cada noite que passa há sempre mais um plano interessante a cumprir. Em suma, há qualidade de vida!

A oferta cultural é múltipla. Desde festivais dos mais variados géneros, às disco's de diferentes malhas, passando sempre pelas tipicas tascas catalãs ou, se estivermos em pleno Raval, pelas tipicas tascas de qualquer outro lugar! A cultura assume um carácter experimentalista que dá azo a muitas possibilidades artísticas...

A garra das pessoas para com a sua pátria é também algo de fascinante. São reservadas ao príncipio mas logo esboçam o seu sorriso ao ouvirem as primeiras palavras em catalão proferidas por quem ainda mal as sabe soletrar...

Barcelona é um mundo!
Porque todo o mundo está também em Barcelona!