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The Sun Green Hills

Conversas de café e outros devaneios...

greendale

sexta-feira, dezembro 28, 2007

Grunge


Penso -sim, penso que sim- que um dia toda a gente acaba por ver concretizado o que de mais importante se sonha. Não sei quando, se amanhã ou depois, ou no fim, lá no último momento onde se fala de uma retrospectiva corrida num ápice, uma vista geral extremamente rápida e sumariada, mas bem sumariada, daquilo a que se tem como sendo o momento que antecede a morte. E importa dizer mais. Deve dizer-se que a morte não é o fim mas antes o remate. Deve dizer-se que toda a nossa condição tem por princípio o desfecho e que, como o princípio existe, existirá o respectivo fim. Apesar de ser um tema que pouco tempo nos deve roubar (aqui), quando o contexto assim o intima, pois que seja trazido à mesa, à luz das ideias, ao nosso mundo, e que ele se manifeste mostrando as faces. Seja como for acredito que a recordação de uma praia é um mundo por explorar e ficcionar. Mas para se chegar aqui terá de se ter estado já na dita praia.
Eu acredito, sinceramente, que esse tal concretizar de uns nossos sonhos possa acontecer a qualquer momento, nem que seja o momento que antecede a morte. E assim corre o sangue nas veias e as emoções, que elas correm em nós e nos sonhos que nós sonhamos- Às vezes mundos de tamanhos gigantes apresentam-se-nos certos e a durar um só instante, um só momento.

terça-feira, dezembro 18, 2007

O eco de um Sermão


Estava frio, as folhas já caíram -as que tinham que cair- e as ervas, as poucas ervas que permanecem, agora tão saturadas das geadas são amarelas e caídas, sendo o seu amanhã ou um enterro lento ao passo dos sóis e das luas, ou um regresso difícil, feito de persistência e vontade, à côr e à luz mais alta.






A água dessa ribeira corre tímida, calma, na sombra do meio-dia e parece não ter fim o seu sermão, entretendo os peixes, e os peixes entretendo o sermão, e as avencas, essas que purificam a água, assim sentenciam os mais velhos, e os pássaros e as árvores todas. Todos ouvem o monólogo. É uma voz que toma conta de quem a quer ouvir, e todos querem, e de todos ela toma conta. Ora letargia e surdez, ora crença cega -outros diriam, natural- nessa temática dos movimentos de vida, é uma escolha.



São horas de o sol se pôr, mas hoje tarda em fazê-lo. É contra a lei natural das coisas não o ter feito já. Reflecte-se isso enquanto a água corre, e no regresso a casa com o sol bem lá no alto e de lanterna apontada para o chão, que os carreiros guardam altas pedras e fundos buracos e largos regos que a chuva cava às vezes.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

domingo, dezembro 09, 2007

Carta aos Anciãos (ll)


Se por algum acaso me tivessem dito hoje que as árvores são igualmente belas tanto de viçosa folhagem, como de tronto, ramos e galhos, e agora castanhas, eu comentaria em poucas palavras concordando. Diria apenas que elas não têm de ter um aspecto ou até um estado mais conveniente. As árvores serão sempre o resultado de todo o seu eu e das suas respectivas fases, ou das simbioses que as juntam para formar o que elas são, serão, e já foram. É que, faz-lhes bem que o vento as envolva e as liberte das folhas mortas. E assim, elas mudam com as estações, e nem as estações se faziam sem elas e as suas espantosas mudanças.

As árvores são sempre belas, mas sei que digo tudo isto apenas por gostar muito, mas mesmo muito, delas.