
Plaza de Espanya. Até hoje, foi sempre o meu ponto de chegada e de partida da capital desse lindo país que é a Catalunya. Dificilmente encontraria melhor local para iniciar uma jornada catalã, do que a recepção que me é proporcionada pela imponência do Montjuic (a fonte, até mesmo se não estiver iluminada, é fantástica). Desço a Paral-Lel até ao número cento-e-picos, para largar a trouxa, e como as horas já iam altas e o Chelsea já está fechado, o Durum (prato típico e oficial da minha Catalunya) do American Snack vai ter que servir de jantar.
Descida para as ramblas feita em passo tranquilo, são apenas alguns quarteirões de distância que valem todos os passos, através do acolhedor Raval (com paragem obrigatória na praça do Macba, a ver os skaters partir a loiça e não só). Dá-se a voltinha da praxe, deitando o olho as montras dos “paquis” repletas de jerseys do Barca (imitações, claro!), pelo meio da multidão de turistas parados a observar os artistas que dão a verdadeira vida á imensa avenida, sempre no sentido descendente, para chegarmos ao monumento com a estátua de Colombo. Para a direita, a zona industrial, para a esquerda estendem-se as praias e Barceloneta, até ao porto olímpico. Mais uma vez, uma caminhada só para duros, mas a valer todos os centímetros palmilhados. Por ali respira-se tranquilidade. E anda-se de calções em Fevereiro!
Do outro lado do espelho, lado oposto ao Raval, fica o bairro Gótico. De longe, a zona mais bonita da cidade, que por vezes dá um arzinho de Portugal, com as ruas estreitas e sinuosas. O Tio Canya – bar castiço, que é um mix entra a saudosa Capelinha e a sede do Bloco de Esquerda - estava fechado, com grande pena minha, mas nada consegue tirar brilho a esta cidade, até porque no Oviso sou sempre bem recebido. Por entre becos e vielas (e a obrigatória passagem na catedral, que ia ficando esquecida desta vez, e no Arco do Triunfo) chega-se facilmente ao Jardim da Cidadela, com aqueles relvados e bancos que convidam a ficar e ir ficando. Fiquei, sentado, a deliciar-me com tudo aquilo que o belo jardim oferece.
Por falar em espaços em que a natureza tem muito para oferecer, Parc Guell é paragem obrigatória para qualquer visitante. Tem que se trepar toda a Gracia (onde podemos encontrar o melhor restaurante “paqui” da cidade) para se atingir o objectivo, mas a vista (e que vista!) é deslumbrante, com o bónus de se poder visitar a casa-museu de Gaudi. De lá vê-se tudo, tudo mesmo, e mais uma vez, a extensa caminhada pela encosta é totalmente recompensada pelo alcançar do objectivo, bem no topo do parque. Coisa que não é, literalmente, para todos, pois a maioria dos visitantes fica-se pela varanda acima do dragão de Gaudi, logo na entrada do parque. Não sabem o que perdem…
Vou saltar a Sagrada Família, La Pedrera e a Casa Battló (isso são coisas de turista…), pois todos já viram, já sabem, já tudo, não é?!? A noite… rambla do Raval, ramblas, bairro Gótico e Raz… claro. O Raz destrói, dá 20-0 a qualquer projecto ou casa que pense ser discoteca… sem chance, tudo óptimo, desde a frequência ao som, ali é tudo nota 10! Até os preços são bem acessíveis, bem mais do que alguns tascos que costumo frequentar. Mas isto é apenas uma espécie de Greatest Hits, é obvio que não consigo explicar aquele mundo imenso em meia duzia de linhas.
Opa, mas eu estou com isto pra quê? Vão lá vocês ver, só ganham com isso!!!
Mas uma coisa não vão poder ter: a turma que me acompanhou (tou fartinho de falar sobre eles...) e os locais que me receberam, que são únicos, os mayores! A querida Patrícia e o culé Jaume são pessoas grandes, impecáveis e o enormíssimo Kata (Gianlucatoni para os amigos mais chegados) é o melhor anfitrião do mundo. Para todos eles, mas muito em especial para o Da Cunha, um grande abraço, já cheio de saudade e com a promessa de um rápido retorno.
Em breve, muito em breve, estarei de volta a Barcelona!